sexta-feira, 31 de julho de 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ordem na casa

Tenho vários posts pendurados, prontos pra ser publicados mas faltando sempre "aquele" detalhe... Uma fotinho aqui, uma palavra certa ali...

Maldita mania de perfeccionismo. Não que os posts sejam perfeitos, mas eu sempre quero pelo menos conseguir realizar tudo o que imagino. Contudo, isso não tá funcionando, pois o grande lance do blog é exatamente a possibilidade de ser "up-to-date". Então resolvi desencanar e publicar as coisas do jeito que dá. De qualquer maneira, é impossível traduzir num blog a intensidade dessa experiência, mesmo...

Vários posts em datas remotas vão aparecer hoje e amanhã, dá uma conferida:
wysiwyg
do contra
paraíso etílico

Cleomar, valeu pelo incentivo, parceiro!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fegyverek és Rózsák

A Hungria tem uma das melhores bandas de tributo ao Guns do mundo: Hollywood Rose! O vocalista é tão perfeccionista que dizem que ele ficou gordo só pra ficar mais parecido com o Axl. :)


"Take me down to the Budapest City
Where the grass is green and the girls are pretty"

sábado, 25 de julho de 2009

Braşov, Romenia

Aquela passagem de trem me fitava todo dia de manhã. Tenho que confessar que o sentimento mais forte que eu tinha ao enxergá-la sobre a mesa era de arrependimento. Nunca fui de comprar coisas desse tipo por impulso e conhecer a Romênia, embora me despertasse interesse, não estava nos planos principais. Além disso, o fato de saber que ninguém iria me acompanhar pesava bastante.

Mas por outro lado eu 'tava a fim de me testar, ver se eu me virava bem sozinho numa trip dessas. Também queria experimentar o outro lado do CouchSurfing e de última hora consegui estadia. Além disso tinha um festival rolando lá, então tudo conspirava pra que esse fim de semana eu fosse conhecer a terra que inspirou Bram Stoker.

Nascer do sol na Transylvania visto do trem.

Bem-vindo ao leste europeu!

Prefeitura Municipal

Estátua de Rômulo e Remo.

Vampiros com graduação!

Nos guarda-sóis o slogan de Braşov: "provavelmente a melhor cidade do mundo". Que confiança, hein?

Strada Sforii, a mais estreita rua da Europa.


Go east!

Vista da cidade a partir da Torre Negra. Dá pra perceber a imponência da Black Church em meio aos outros prédios.


Portão da parte antiga da cidade.

Minha anfirtriã CSer: Anca.

Apresentações do Watumi Festival.


Vim pra Brasov com apenas uma intenção definida: visitar o Castelo de Bran, o castelo do conde Drácula. Por isso, acordei cedo pra ver um pouco mais da cidade e rumar pra lá.


Dentro da citadela.

Destilador caseiro, o cúmulo do DIY!




Rummikub, uma mistura de pif, dominó e xadrez. Jogo inventando durante o regime comunista por causa da proibição de jogos de cartas.

Esperando o ônibus na estação, qual não é minha surpresa ao passar por uma geladeira cheia de cervejas e ver uma marca um tanto familiar:
Mundo bizarro: Skol versão Romênia.

Montanhas dos Cárpatos (é aí que a gente vai acampar, Cleo!!)

Na entrada do castelo um lance no mínimo insólito. Gente do mundo inteiro na fila, os mais loucos idiomas. Atrás de mim dois asiáticos falavam alto e logo supus sua origem. Pra confirmar, me virei e perguntei de onde eram, aí veio a confirmação: China. Conversa vem, conversa vai e a já esperada "e você, de onde é?". Quando respondi, eles ficaram se olhando com cara de dúvida. Imaginei que fosse pelo fato de meu biotipo não condizer com esteriótipo físico brasileiro, o que sempre acontece. Mas não. A cara de dúvida era porque eles não sabiam que país era o Brasil. Me botei a explicar pros chinas qual era o meu país.
-Aquele grande na América do Sul!
-Brazil? Brazil?
Sem bons resultados, tive que apelar:
-Carnaval, futebol, Pelé!
E o frizo na testa dos caras cada vez maior. Já era uma questão de honra! Saquei meu celular e abri o NokiaMaps pra mostrar pra eles.
-Ooooooooo, Baxí!!!!
-Sim, sim, Baxí, Baxí... Seus comunistas alienados!

Castelo de Bran


Nos aposentos de Vlad, o Empalador.

Cheio de passagens secretas. Essa atravessa dois andares, leva do aposento principal à sala de música. Ótimo lugar pra claustrofóbicos...


Coroa do príncipe Vlad III.


Vista a partir do jardim.

Missão cumprida, hora de tomar o rumo da volta.



Balanço final: como das outras vezes, pouco tempo pra ver muita coisa. Mas dessa vez foi ainda pior. As cansativas viagens (11 horas para cada) e os longos inexplicáveis atrasos do trem tomaram um tempo precioso. Além disso, paguei o preço da minha impulsividade e falta de planejamento. Contudo, valeu a pena. Se não fosse desse jeito acho q não teria feito a trip. O saldo é uns carimbos no passaporte (finalmente!!) e mais uma palavra pra coleção: Noroc!

Mulţumesc, Romenia!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Choque cultural (VII)

Eles nunca viram o desenho do Pica-pau!!

Agora, paciência...


hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão
procurei a noite na memória... procurei em vão
hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
não há nada que me prenda

ainda era noite, esperei o dia amanhecer
como quem aquece a água sem deixar ferver
hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
até que a chama se acenda
verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
mate amargo noite adentro estrada estranha

nunca me deram mole, não (melhor assim)
não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)

mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza
mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza

... ilex paraguariensis...
... ilex paraguariensis...

[Gessinger, H. Ilex Paraguariensis in Simples de Coração. BMG, 2005.]

sábado, 4 de julho de 2009

Volt Festival

É impressionante a quantidade de festivais de música que acontecem durante o verão em toda a Europa. Aqui na Hungria, além do Sziget, tem mais dois grandes festivais: o Balaton Sounds (música eletrônica) e o Volt Fesztival. Neste último, o line-up incluia Franz Ferdinand, Limp Bizkit e Sepultura, mas como a cidade onde ele acontece fica a 3 horas de trem e esses shows eram no meio da semana, não pude ir. Me restou ir conferir Marilyn Manson hoje. O Guilherme se dispôs a me acompanhar e perto do meio dia pegamos o trem pra Sopron.

A certa altura já estava quase arrependido da indiada em função dos custos - esse foi um pouco caro, pois além dos R$ 80 de ingresso, tive que desembolsar mais R$ 70 de transporte que não esperava. Mas no fim valeu muito a pena só pra ver o que é um verdadeiro festival de música: muitos palcos e apresentações simultâneas que levam o ecletismo ao extremo, de folclore local até a última tendência em música eletrônica, sem preconceito com qualquer vertente que vá do erudito ao metal, passando por música latina, jazz, reggae, enfim... Deu pra conhecer umas bandas muito foda de rock pesado que reativaram minha antiga paixão...


Se tu acha difícil entender alguma coisa do Ratos de Porão - que é trash metal em português -, tenta aí em húngaro...



Chegou a hora então do esperado show (e a pontualidade estava sendo levada a sério). Rumei pro palco principal sozinho, pois o Guilherme a essa altura tinha se arranjado com uma pinta muito gente fina (sacou o eufemismo?) e ficou lá onde tocavam uma música eletrônica pirada. Rumei pro palco principal onde o telão dizia haver espaço vazio no lado direito do palco, aí pensei "porra, que troço organizado, quisera fosse assim no Brasil...". Mas logo entendi o porquê: foi tremenda idéia de jerico a dos organizadores montar uma arena em campo inclinado com o palco na parte mais alta. Ninguém queria ficar no lado direito porque não tinha como ver nada, por isso fui achar um lugar um pouco mais ao centro.



De onde estava deu pra sacar bem a "teatralidade" do show do Manson: muitos truques cênicos e um comportamento no limite do aceitável. O cara tomava meio gole de cerveja só pra debochadamente cuspir de volta (baita marketing pro patrocinador do evento, pensei), fazia todo tipo de incitação à perversão sexual (até microfone no cofrinho) e tratava o público numa relação de quase sodomia, mandando a platéia pro inferno diversas vezes e sendo ovacionado cada vez mais por causa disso.


A cada intervalo vinham alguns assistentes pra retocar a maquiagem, os quais ele fazia questão de tratar com desdém, como se fossem escravos. Todo esse desprezo se refletiu no repertório que trouxe apenas duas das músicas mais conhecidas: "Beatiful People" e "Sweet Dreams".

Depois do Manson já tava contagiado pelo metal, aí voltei pra Arena Rock onde conheci a banda que fez a maior mistura no metal que já ouvi, influências de bossa nova a system of a down, cantando em húngaro: Isten Háta Mögött.


O plano era batalhar uma carona pra voltar e economizar, mas estávamos tão cansados que, depois de meia dúzia de tentativas, rumamos pra estação de trem e pegamos o primeiro com destino a Budapest. Mortos de cansados, mas de alma lavada (e pescoço doendo).

Detalhes

Não posso mais cantar a tal música do Rei com legítima propriedade.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Brazil Népszerű Zene

Roberto me falou que uma cantora brasileira estava procurando um violonista pra começar um projeto de música popular e bossa nova em Budapest. Liguei pra Fernanda e marcamos de conversar e tentar ensaiar algo. O encontro foi bem produtivo, de cara já deixamos umas 15 músicas prontas e ela me deu boas perspectivas de luares pra tocar por aqui.

[Vai ser bom, 'tô precisando dar uma reforçada no income pra poder aproveitar o fato de estar aqui e fazer umas trips pra um pouco mais longe. Quem lê meus relatos indo em shows internacionais e passeando em cidades famosas não imagina o outro lado disso: vida de trainee não é fácil, não. A experiência serve também pra tu colocar em prática todas as lições de economia doméstica que tu ouviu na vida! Uma folga no orçamento vai ser muito bem vinda.]

Ao fim do encontro, como já estava com o violão em punho, liguei pro Roberto e pro resto da galera e acabamos decidindo ir tocar umas "modas" no Gödör. Jubileu levou o pandeiro e fizemos uma fenomenal roda de samba, chamando a atenção dos transeuntes (e dos seguranças do local). Rolou de "pimpolho" a "meu erro", abrindo até algumas exceções pra uma versão fusion de "smells like teen spirit" . Memorável!!

Nunca imaginei que fosse aprender música brasileira na Hungria!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Depois da curva

Surpresas te esperam a cada esquina que se dobra em Budapest... Inventei de voltar do escritório à pé pra variar e, já perto de casa, devia ter dobrado à direita. Não essa direita, a outra! Acabei dando de cara com uma cena insólita:

Esse conjunto de estátuas retrata uma cena de um livro muito famoso - Os Meninos da Rua Paulo -, clássico da literatura mundial, uma espécie de Tom Sawyer húngaro. (Ah, sim, tem a ver com o disco do IRA!).